Progresso atual, visões e expectativas para o papel do hidrogênio em uma economia de baixo carbono
A atratividade do hidrogênio para a descarbonização de diversos setores hard-to-abate é explicada, em parte, pela ausência de carbono em sua composição e por sua alta densidade energética. Vários países e empresas têm anunciado compromissos de oferta, demanda e investimentos nos últimos meses.
De acordo com o cenário Net Zero da IEA, a demanda por hidrogênio pode crescer cerca de 6 vezes até 2050, chegando a 540 Mt [1]. Nem todos os usos potenciais necessariamente se provariam viáveis, e a maior parte dessa demanda provavelmente viria da indústria (por exemplo: refinarias, amônia, siderurgia) e usos no transporte pesado. No entanto, para que o hidrogênio seja instrumental para a transição energética, deve ser de baixo carbono, ao passo que quase todo o suprimento atual é baseado em processos emissores com uso de fontes fósseis.
Nesse contexto, a potencial relevância do hidrogênio na transição energética está fazendo com que os países adotem diferentes estratégias para se beneficiar das novas possibilidades relacionadas à molécula. Enquanto as economias desenvolvidas podem contar com recursos públicos e incentivos fiscais para atingir seus objetivos ambiciosos, os países emergentes devem depender principalmente da competitividade de seus recursos naturais e do estabelecimento de um ambiente de negócios atraente.
O Brasil, sendo uma superpotência renovável, tem a capacidade de garantir uma posição competitiva em uma economia global de hidrogênio. O país lançou as diretrizes do seu Plano Nacional de Hidrogênio em 2021 e, apesar de não limitar rotas tecnológicas ou “cores”, visa explorar o potencial renovável para a produção de hidrogênio verde. Nesse contexto, alguns complexos industriais buscam se posicionar como pólos de hidrogênio, como o Porto de Pecém, no Ceará, para o qual foram anunciados investimentos em hidrogênio da ordem de US$ 20 bilhões [2]
Em seu mais novo paper, a Catavento analisa o potencial do hidrogênio na transição energética, ao mesmo tempo em que avalia os desafios econômicos e tecnológicos das futuras demanda e oferta de hidrogênio de baixo carbono. Por fim, o artigo ilustra a escala da mobilização pública e privada globalmente e no Brasil.
Baixe o paper aqui (Disponível apenas em inglês).
Referências:
[1] IEA. Global Hydrogen Review 2021. 2021
[2] Catavento analysis based on Engie, Enegix and Government of Ceará websites
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