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No dia 28 de outubro, Catavento participou da segunda edição do evento – “China-Brazil Economic Development Strategic Dialogue”. O evento, idealizado por Vale, CEBRI, CEBC e Universidade de Tsinghua, contou com a participação de especialistas e representantes dos governos de ambos os países.

Foram realizadas duas sessões: “Os impactos do coronavírus nas economias emergentes” e “Cooperação para a proteção ambiental em resposta às mudanças climáticas globais”. A primeira buscou discutir os efeitos da Covid-19 nos países em desenvolvimento, com foco nas oportunidades e desafios de crescimento econômico para Brasil e China.

A segunda sessão, por sua vez, analisou perspectivas para o desenvolvimento sustentável, explorando potenciais caminhos de cooperação entre empresas dos dois países. Clarissa Lins, sócia fundadora da Catavento, abordou três tópicos que potencialmente podem ser explorados um contexto de mudanças climáticas, são eles: (i) soluções baseadas na natureza; (ii) mercados de carbono; e (iii) novas tecnologias.

Países como China e Brasil precisam de diferentes soluções para limitar as emissões de CO2 enquanto promovem crescimento econômico. Entre as opções possíveis, pode-se destacar novas tecnologias (ex: CCS e hidrogênio), assim como proteção e restauração de florestas. Tais projetos, conhecidos como soluções baseadas na natureza (nature-based solutions, em inglês) são críticos pois permitem a absorção de carbono da atmosfera. O Brasil, com sua vocação de florestas (62% do território nacional), pode capturar diversas oportunidades que surgem neste contexto. Por sua vez, a China não poderá abdicar de soluções baseadas na natureza como um dos caminhos para atingimento de sua meta de neutralização de emissões até 2060.

Mercado de carbono, por sua vez, também desempenham papel fundamental nas ambições globais de redução e neutralização de emissões. Tais mercados contribuem para a promoção de soluções custo-efetiva. Enquanto a China já possui 7 pilotos em diferentes províncias, cobrindo mais de 450 MtCO2eq em 2020, o Brasil avalia o melhor modelo a ser implementado por meio do Projeto PMR Brasil. Ambos os países, portanto, possuem a oportunidade de impulsionar mecanismos de carbono em âmbito internacional, assim como fortalecer regras que promovam transparência e governança.

Novas tecnologias tendem a se beneficiar de tais mecanismos de carbono. Empresas chinesas são consideradas líderes globais no desenvolvimento de tecnologias associadas com mudanças climáticas (ex: painéis solares e veículos elétricos). Muitas dessas empresas, por sua vez, já atuam no Brasil e se destacam neste quesito (ex: China Three Gorges (CTG), State Grid e Build Your Dreams (BYD)).

Diante dos pontos elencados, constata-se, portanto, uma oportunidade de fortalecimento das relações bilaterais com base nas vocações complementares e na direção de objetivos comuns.