Tecnologias, minerais críticos, fontes renováveis e fatores ESG serão chave para as novas lideranças energéticas globais
No dia 08 de setembro, o Centro Brasileiro de Relações Internacionais – CEBRI promoveu o lançamento do Programa de Transição Energética. A iniciativa, realizada em parceria com EPE e BID, busca elaborar cenários de longo prazo para a transição energética no Brasil, se beneficiando de diferentes eventos com especialistas do setor. Jorge Camargo, Vice-Presidente do Conselho Curador do CEBRI, Thiago Barral, Presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e Morgan Doyle, representante do Grupo BID no Brasil, conduziram as considerações iniciais.
Após a abertura, o evento debruçou-se sobre a – “Geopolítica da Energia no mundo Pós-Covid”. Clarissa Lins, sócia fundadora da Catavento, e Carlos Pascual, Vice-Presidente Sênior de Energia Global da IHS Markit, participaram como palestrantes. Rafaela Guedes, Senior Fellow do CEBRI e Economista-Chefe da Petrobras, moderou o debate.
Carlos Pascual pontuou que o ano de 2020 foi especialmente desafiador para o setor energético, com queda significativa na demanda primária por energia. Destacou, entretanto, que algumas regiões, especialmente na Ásia, já estão retomando aos padrões de consumo pré-Covid das fontes fósseis. Este cenário, na visão do especialista da IHS Markit, representa um desafio para o setor, sendo necessário a formulação de políticas públicas capazes de impulsionar a transição energética global. Por fim, ressaltou que apesar de 2/3 dos países globais já estarem comprometidos com metas de longo prazo de neutralidade de emissões, poucos destes estão em trajetória compatível – “Estamos em um período crítico onde é necessário alinhar ambição climática e ação climática, em escala não anteriormente vista”.
Clarissa Lins, por sua vez, destacou que a transição energética vai influenciar as relações de poder entre os países. As novas potências energéticas e climáticas surgirão entre aqueles que forem capazes de promover segurança energética e exportação de eletricidade a partir de fontes renováveis, possuírem minerais críticos para a transição (ex: cobalto, cobre e lítio) e desenvolverem as novas tecnologias para a descarbonização do setor (ex: hidrogênio e CCUS). Neste contexto, destacou que o Brasil apresenta condições para se tornar potência energética global, visto que possui abundância e diversidade de fontes. Por outro lado, sinalizou que ainda há espaço para a promoção de ambiente de negócios mais competitivo, apesar dos avanços recentes, e inovador. Por fim, destacou que, no contexto de mudanças climáticas e competição por recursos globais, fatores ESG serão cada vez mais relevantes, incluindo o fim do desmatamento ilegal na Amazônia – “Para ser líder em transição energética, precisamos primeiro ser líderes em parar o desmatamento”.
O evento está disponível na íntegra no Youtube.
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