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Geopolítica do óleo e gás na América Latina debatida em mesa redonda

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outubro de 2015

In a partnership with FGV Center for Growth and Development, Konrad Adenauer Foundation and its Program for Latin America, Catavento promotes a debate about the Geopolitics of Oil & Gas in Latin America

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A mesa redonda, realizada em outubro de 2015, teve como objetivo promover o debate em torno dos fatores que influenciam o cenário energético nos principais países da América Latina, com foco nos determinantes do mercado de óleo e gás. O evento contou com palestra de abertura de Jorge Camargo, presidente do IBP e com uma visão macroeconômica do representante do Centro de Crescimento e Desenvolvimento da FGV, Roberto Castello Branco. Contou, ainda, com a presença de executivos da Fundação Konrad Adenauer e de membros de uma delegação de negócios alemã, além de especialistas do setor de óleo e gás. O debate foi mediado por Clarissa Lins, da Catavento.

Na abertura, Jorge Camargo trouxe a perspectiva de quem trabalhou prospectando negócios no setor de óleo e gás na América Latina por cerca de três décadas, destacando sua visão em relação ao ambiente de negócios – tanto do ponto de vista da geologia quanto das condições institucionais- nos países com maior produção da região, México, Venezuela, Argentina e Brasil. Se a situação da Venezuela aparenta ser a mais crítica da região, há ainda incertezas em torno do potencial sucesso da reforma mexicana, já que a mesma iniciou-se ofertando áreas menos atraentes do que os campos de água profunda próximos ao Golfo do México. Por outro lado, há muitas expectativas em relação ao desenvolvimento das reservas não convencionais da província de Vaca Muerta, na Argentina, a depender do contexto institucional a ser estabelecido pelo governo eleito em novembro. Dessa forma, o potencial de exploração e produção do pré-sal brasileiro representa um ativo de classe mundial capaz de atrair os melhores operadores, desde que sejam revistas as condições hoje existentes – tais como operador único e conteúdo local – que mais limitam do que estimulam o desenvolvimento do setor no Brasil.

Fazendo eco ao fato de que o modelo existente é limitador e não impulsionador do crescimento potencial do setor, Roberto Castello Branco debruçou-se sobre as consequências macroeconômicas da flutuação do preço do petróleo. Além de demonstrar que a queda verificada desde meados de 2014 ano tende a impactar relativamente pouco a economia mundial (entre 0,3 a 0,7% do PIB de acordo com estimativas do FMI), evidenciou que o efeito desta acentuada queda depende dos regimes cambial e fiscal em vigor. Dessa forma, quanto maior for o nível de controle das variáveis macroeconômicas, menos o setor de óleo e gás beneficia-se da flutuação internacional de preços. Nesse contexto, o setor de óleo e gás no Brasil, cada vez mais controlado pelo Estado (desde 2004), deixou de beneficiar-se do super-ciclo do petróleo que vigorou na última década, fazendo com que tenha havido transferência de recursos desse setor para outros mais protegidos da economia.

Graças à parceria com a Fundação Konrad Adenauer, o evento beneficiou-se da presença de uma delegação alemã que levantou pontos interessantes sobre existência (ou não) de reservas estratégicas nos maiores países da América Latina, o papel das energias renováveis na matriz energética da região e a influência das mudanças climáticas na decisão de alocação de recursos por parte de investidores financeiros.

No final do debate, chegou-se à conclusão que não há integração energética na América Latina e que seus principais países tendem mais a competir entre si do que a cooperar. Cada país acaba voltando-se para sua própria realidade e a busca de desenvolvimento de seu potencial energética, oscilando entre protecionismo e abertura do mercado a operadores e investidores estrangeiros.

Em dezembro de 2015, KAS, FGV Crescimento & Desenvolvimento e Catavento lançaram um paper baseado nas principais discussões do evento.

As apresentações utilizadas no evento e o paper podem ser acessados nos links abaixo. Boa leitura!

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