Painel com especialistas discute o presente e o futuro da energia
Entre os dias 23 e 25 de agosto de 2022, a Shell Brasil realizou seu tradicional ciclo de debates anuais, o Shell Talks. O evento, que voltou a ser realizado presencialmente depois de 2 anos em formato online, foi realizado no Píer Mauá, Rio de Janeiro. Especialistas de diversas áreas se debruçaram sobre temas relevantes para o futuro da energia e para a estratégia da Shell Brasil. Estes temas foram debatidos em 5 painéis: (i) Segurança energética e competitividade; (ii) A agenda ESG na visão de CEOs; (ii) Diversidade, equidade e inclusão; (iv) Transição energética e (v) A tecnologia impulsionando o futuro da mobilidade.
Clarissa Lins, sócia fundadora da Catavento, participou do primeiro painel do evento – “Segurança energética e competitividade”, que também contou com a participação de Flávio Rodrigues, Vice-Presidente de Relações Corporativas da Shell Brasil, e Carlos Pascual, Vice-Presidente Sênior de Global Energy – IHS Markit. A moderação foi conduzida por Carlos Alberto Sardenberg, jornalista da GloboNews. Os painelistas abordaram as implicações da guerra entre Rússia e Ucrânia, relevância do setor de O&G e principais lições apreendidas. Seguem abaixo alguns dos principais pontos abordados, assim como informações que contextualizam a discussão.
A guerra provocou mudanças geopolíticas relevantes e impactos diretos na oferta e demanda global por energia. Tais impactos ocorreram, em grande medida, por conta da relevância da Rússia no setor de óleo e gás. O país é o 2º maior exportador de óleo, responsável por 12% da oferta global (4,7 mbd em 2021)[1]. Adicionalmente, é o 2º maior produtor de gás natural (762 bcm em 2021) e maior exportador (210 bcm em 2021) [2]. A Europa, diante deste contexto, foi a mais afetada. Aproximadamente 45% do gás e 27% do petróleo importados pela União Europeia são provenientes da Rússia [3].
Diferentes países buscam promover a diversificação de fornecedores e de fontes de energia. Por meio do REPowerEU os países do da União Europeia esperam substituir 60% das importações de gás natural da Rússia por meio de alternativas de baixo carbono, como hidrogênio verde e biometano. A preocupação com a segurança, também passa pela resiliência das cadeias de valor de fontes renováveis e tecnologias de descarbonização. Neste contexto, os EUA aprovaram novas legislações – Infrastructure Investment and Jobs Act, Inflation Reduction Act (IRA) e CHIPS Act – que direcionam mais de US$ 500 bi em recursos até 2029 para desenvolvimento destas tecnologias e fortalecimento de suas cadeias de valor.
A guerra, portanto, evidenciou alguns aspectos chave sobre o atual momento e futuro do setor de energia:
1. A segurança energética precisa ser reforçada – diferentes fontes de energia precisam ser consideradas para atender a demanda que não está sendo atendida pela Rússia e consolidar sistemas energéticos mais resilientes;
2. As fontes fósseis desempenham papel chave – estas fontes garantem segurança e flexibilidade ao sistema energético, além de suportar o atual padrão de vida da sociedade. A indústria de O&G, por sua vez, deve se preparar para um cenário de maior cobrança por descarbonização;
3. A transição energética está em curso e é importante aliada – a migração para fontes de energia menos emissoras tende a reforçar a segurança energética dos países. Adicionalmente, diferentes países já estão buscando fortalecer a cadeia de valor das tecnologias de descarbonização.
O painel está disponível no youtube.
Referências:
[1] IEA. Oil Market Report – March 2022. 2022
[2] IEA. Energy Fact Sheet: Why does Russian oil and gas matter? 2022
[3] IEA. Frequently Asked Questions on Energy Security. 2022
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